OS MATERIAIS DO CÍRCULO CARMESIM
Série “Caminhando – A Vida sem Poder”

SHOUD 3 – Apresentando ADAMUS, canalizado por Geoffrey Hoppe

Apresentado ao Círculo Carmesim
em 7 de novembro de 2015
www.crimsoncircle.com


[Dedicado a Pete Gibbons, um participante de longa data dos Shouds, que fez a passagem em 29 de outubro de 2015.]
Eu Sou o que Sou, Adamus of Sovereign Domain.


Bem-vindos, queridos Shaumbra. [Sandra traz café pra ele.] Ah! Na hora certa. Foi mágico, intuitivo. Gracias [A plateia diz: “Ééé!” E alguns aplaudem.] Obrigado. Hum. Pode colocar um pouco de baunilha?

SANDRA: De quê?

ADAMUS: Baunilha.

SANDRA: Onde tem? [Risadas]

ADAMUS: Ehh, no seu bolso? No mercado? Não... Por favor, não. [Mais risadas]

Meus caros amigos, pelo menos vocês conseguem rir e sorrir. Agora... Estou trazendo o final aqui pro início. Mas, quando vocês não conseguem mais rir, quando não conseguem sorrir, é causa perdida. Realmente é. Então, toda aquela coisa de estar no meio de uma verdadeira psicose é... [Risadas] De repente, vocês ficam encurralados na realidade. Não é mais só um jogo.

Ah, e quantos de vocês conhecem pessoas que conseguem rir da vida? Elas não conseguem. Elas a levam muito a sério. Elas não conseguem sorrir nem rir nem têm aquele brilho nos olhos. Não vocês. Não, nenhum de vocês. Mas quantas pessoas vocês conhecem – amigos e parentes? Ah, estão todos presos nessa psicose da vida e a vida realmente se torna uma psicose para muitas pessoas.

Tratarei disso mais tarde, mas, agora, sejam bem-vindos ao nosso encontro sagrado. E tenho que perguntar por que essa palavra “sacred” (sagrado) é tão parecida (em inglês) com a palavra “scared” (assustado)? [Risadas] Mudem duas letrinhas e temos “scared”. Por que tudo isso é scary (assustador) e também sacred (sagrado)? Hum. É scary (assustador), porque vocês saem da norma.

Vocês largam todo o treinamento, largam todas as regras. Vocês largam tudo que disseram que era normal, porque, muito simples, vocês não conseguem mais ser normais. Não conseguem. Vocês sabem que tem algo mais, e tem. Mas como chegar lá? Como chegar lá é a grande questão. Vocês sabem disso, no cotidiano, vocês sabem. Vocês estão cansados de saber. Vocês sabem que tem algo mais. Vocês estão ficando sem paixão, estão esgotados, deprimidos – eu sinto as energias de vocês –, tão enjoados disso tudo. Vocês não querem morrer, mas não querem mais viver, realmente, não assim.

É por isso, de fato, que vocês ainda conseguem rir. Vocês sabem que existe algo mais. Vocês conseguem brincar, porque sabem que isto é uma grande ilusão psicótica. E é. Oh! Vou pegar no pé de alguns hoje. [Alguém faz “ééé!”.] Talvez no seu. [Risadas] É. Intencionalmente. Pegar no pé, de propósito, premeditadamente.

LINDA: Que novidade! [Mais risadas]

ADAMUS: Vou fazer isso um pouco melhor hoje do que tenho feito. Farei um pouco mais. Vou pegar no pé de propósito, porque, primeiro, é disso que vocês precisam; segundo, é isso que vocês querem; e, terceiro, é isso que gosto de fazer. [Risadas] Então, assim será.

Vou dizer coisas que não serão muito bem aceitas fora do âmbito mundial de nossa família Shaumbra.

LINDA: Awww.

ADAMUS: E vão tirar a coisa do contexto, deturpá-la, distorcê-la e tudo mais. Mas, para todos que estão pensando agora em mandar e-mails depois, vocês já sabem que há uma verdade no que eu digo. É por isso... [Linda suspira alto.] ... que vai... [Adamus ri.] Acho que precisamos de aplausos, risadas e essas coisas gravadas. Ficam suspirando aqui. “Ohh! Que ansiedade, que angústia – o que ele vai fazer hoje?” Eu vou fazer o que vocês querem que eu faça e o que você quer fazer. [Ele fala com Linda, que suspira novamente.] Avançar! [As pessoas aplaudem e algumas vibram.]

LINDA: Vocês aplaudem agora. Agora, vocês ficam aplaudindo!

ADAMUS: Então, já vou avisando, vou dizer algumas coisas que serão tiradas de contexto. Mas, meus caros, há uma certa, ou melhor, há muita verdade nisso tudo. Nisso tudo.



Pete

Antes de prosseguirmos, eu também gostaria... Pete quer que eu fale um pouco sobre sua passagem, porque diversas coisas aconteceram. E Pete está bem aqui. Não estou falando pelas costas, por trás do corpo dele. [Adamus ri, bem como algumas pessoas da plateia.] Essa foi engraçada. Certo, primeira pegada no pé: “Ohh! Ele está falando de gente morta.” Vocês todos vão morrer. Riam disso. Pete riu quando fez a passagem.

Ele tomou uma decisão semiconsciente, um tempinho atrás, dizendo que, na verdade, queria trabalhar com cada um de vocês, com todos vocês. Como ele poderia estar em serviço da melhor forma? Ele examinou sua vida, examinou sua idade, examinou seu corpo – seu corpo ancestral – e disse: “Posso fazer melhor e ajudar os Shaumbra estando do outro lado.” Ele disse isso, apesar de tudo que falamos sobre a iluminação encarnada, pois ele não sentia que era pra ele. E tudo bem. Vocês não têm que escolher isso. Não é, de fato, uma meta.

Ele disse: “Não é pra mim. Estou pronto.” E Pete não estava com medo da morte. O pouco medo que havia, ele foi capaz de vencê-lo. E, assim, muito tranquilamente, ele fez a passagem.

E o importante é que a verdadeira passagem ocorreu quatro dias antes de seu corpo físico morrer. Não é quando o corpo físico morre que vocês morrem, que vocês fazem a passagem. A passagem ocorre antes disso, mesmo no caso de quase todos os acidentes considerados catastróficos, mesmo no caso de violência, de guerra e coisas desse tipo. Há um saber da alma de que sua condição humana vai encerrar essa expressão antes que isso aconteça.

Muitas pessoas sonham com a própria morte antes de morrerem. Não estou falando de sonhos em que vocês estão caindo, caindo, caindo até bater no chão. Mas, de certa forma, são ensaios da morte antes de vocês morte. É, dá um certo saber, um conforto, para quando, enfim, se faz a passagem. Não com todos os detalhes, mas só a verdadeira passagem. Então, Pete partiu quatro dias antes de seu corpo morrer.

Imaginem como foi para Pete, que está com um grande sorriso no rosto, olhar seu corpo e dizer: “Fui! Fui! Acabou! Estou fora! Chega!” E, aqui, para sua frustração, os médicos estavam tentando reviver o corpo. Os médicos estavam tentando entender o que deu errado e, claro, não conseguiram, porque não havia nada realmente errado, por si só; era simplesmente a hora de Pete.

A família se reuniu e manifestou lágrimas vagas e falsas, que... [Algumas risadas] É o dia de pegar no pé! [Mais risadas] Tudo bem. [Adamus ri.] Aqui vamos nós. Certo? É hora de um pouco de honestidade aqui.

LINDA: Ohh!

ADAMUS: Quantos já não foram a um funeral com lágrimas de crocodilo, não muito sinceras? Quantos de vocês conhecem pessoas que foram a um funeral e que uma ou duas semanas antes da morte da pessoa diziam que filha da puta ela era. [Linda se exalta.] E vão ao funeral e ficam: “Oh! Oh! Oh!” [Ele finge chorar.]

Então, isso não alarmou Pete, em particular. Não foi grande coisa. Ele já estava além de muitas das conexões familiares. Já estava além disso. Mas é estranho observar, e digo uma coisa, é meio surreal, porque alguns de vocês já tiveram uma experiência assim. Mas é estranho ver a si mesmo. Não quero dizer que vocês ficam olhando pra baixo. Isso é um preceito humano. Mas vocês meio que estão lá e meio que não estão. Meio que estão na sala, mas meio que não estão. De certa forma, é como Pete está aqui hoje. Mas ele também está comigo do outro lado, meio que em ambos os lados. E os médicos – bum, bum, bum – batendo no peito de vocês e enfiando agulhas, e vocês assim: “Me deixem ir.”

E a família se reúne em lágrimas, mas, realmente, vamos ser honestos, pensando no testamento. [Adamus dá uma risadinha.] Edith, é verdade. Vai acontecer. Sabe como é, é o que os humanos fazem: “Buhuu – mas e o testamento?”

Assim...

LINDA: Hummm. [Adamus ri.]

ADAMUS: Ah! Ótimo. Então, Pete, olhando pra baixo, já estava quase impaciente, esperando o corpo ser liberado e, mesmo antes disso, já estava vindo pro outro lado, percebendo: “É mais real aqui do que é do outro lado.” Claro, eu estava lá. Claro, outros Shaumbra que partiram nestes últimos oito a dez anos, particularmente, fizeram a mesma coisa – pra estar aí, estar aí pros outros Shaumbra que vão fazer a iluminação encarnada; estar aí porque é difícil ficar aqui. Pete vai dizer a vocês logo, logo. É muito difícil. E não é um problema ir pro outro lado. Não há uma dor real na morte, se alguém está temendo isso. Não é tão ruim. Não é que Pete tenha se sentido incompleto. Ele se sente muito, muito completo.

E percebe que onde ele está agora não se trata da ascensão. Ele talvez nunca mais volte pra outra existência. Ele não precisa. Não tem a ver com ascensão. Na verdade, não se trata de iluminação, não. Só tem a ver com estar no Eu Sou. E, Pete, tremendamente feliz neste momento, em ambos os lados do véu, estará aqui com cada um de vocês que escolherem ficar. E, se não escolherem, não é vergonha nenhuma.

Pete ficou tremendamente aliviado sem o corpo físico. Seu corpo era uma distração pra ele, como é pra muitos de vocês. Mas, mais do que tudo, Pete ficou aliviado por se livrar de tantas limitações da mente humana.

Agora, a mente humana não morre nem parte quando o ser parte. E, de fato, mesmo quando o corpo morre, o corpo físico cessa, a mente, na verdade... a parte humana da consciência, a mente humana, na verdade, continua por um tempo. Ela não se integra de imediato, a menos que a pessoa esteja muito consciente. Isso leva um tempinho.

Pete ficou surpreso de que, mesmo depois que o corpo morreu, a mente ainda estava lá, ainda estava falando, e ele pensou: “Bem, o corpo está morto. A mente não deveria parar, os pensamentos não deveriam parar?” Não, eles podem continuar. Para Pete, só por alguns dias; para outros, por anos – até muitos anos depois; pra todos vocês, pra todos vocês, será fácil. A coisa mental vai parar de imediato, porque vocês estão começando a entender algo chamado consciência.

Uma das... Pete tinha várias coisas interessantes a dizer, e ele gostaria de voltar aos Shouds com frequência. Mas uma das coisas que ele percebeu, e foi algo muito profundo, fez ele dizer: “Vivam a vida ao máximo ou vão embora. Com certeza, vivam ao máximo.” E ele percebeu ao fazer a passagem que uma das coisas que ele fazia nesta vida era se segurar. Todos os humanos se seguram, em diversos graus.

Vivam a vida ao máximo. Vivam sem se segurar. Vivam como viram nesse vídeo lindo. [Ele está se referindo ao vídeo Viva la Vida, de David Garrett, que passou antes da canalização.] É a vida. Isso é a vida.

Nada de se segurar. “Não importa.” Pete me contou. “Não importa o que as pessoas pensem de vocês. Realmente não importa, porque o julgamento delas não tem significado. E tudo que pensem de vocês baseia-se na definição que têm do que acham que elas devem ser e que vocês devem ser. Vivam a vida ao máximo absoluto. De maneira louca, se os outros assim disserem. Não importa. De maneira irresponsável – significando irresponsável pros outros. Responsável pra si, mas irresponsável, sem ligar pros outros. Vivam a vida ao máximo ou vão embora.”

E ele me pediu pra dizer isso pra vocês hoje, porque ele foi embora. Ele sabia que não viveria ao máximo, e não sentia, fisicamente nem financeiramente, que poderia fazer isso. Então, ele partiu e ficou feliz com o que fez, feliz por não ficar se arrastando por mais outros cinco, dez, vinte anos.



Vivam ao Máximo ou Vão Embora

Vivam a vida ao máximo absoluto, ou vão embora. Isso é difícil, porque a maioria das pessoas dirá: “Bem, vou tentar. Vou tentar e vou continuar tentando.” Como Pete observou de imediato, é patético. É patético quando vocês insistem nos mesmos velhos padrões, embora saibam que há mais do que isso. É patético quando vocês têm medo de viver ao máximo. É patético quando ficam levando uma vidinha. Vivam ao máximo ou vão embora, exatamente como ele fez. Ou vão embora, porque, no final, vocês só vão ficar frustrados. No final, vocês, basicamente, de certa forma, só estão se julgando quando vivem de maneira falsa, quando levam essa vidinha.

É quando entra a questão do scared (assustado) e do sacred (sagrado). O que vocês estão fazendo é algo sagrado. Realmente é. Mas é assustador, e talvez essa seja a coisa pela qual talvez não esperassem quando entraram nisso tudo. É assustador, porque o corpo se sente diferente, às vezes. Vocês ficam se perguntando o que está acontecendo com ele e, para os Shaumbra, em particular, cerca de 99% do que está acontecendo com o corpo de vocês são ajustes para um estado mais elevado de consciência. Não é que estejam doentes. Vocês vão ficar doentes, mas é uma espécie de liberação, de limpeza. E eu sei que é horrível. Vocês sentem, às vezes, como se fossem morrer. Vocês entram na mente: “O que está errado comigo? O que estou fazendo de errado?” Nada. É um ajuste. E, se vocês realmente forem embora, o corpo deixá-los na mão, a única coisa que vai acontecer é que vocês vão morrer. E vocês vão morrer de qualquer forma. Então, vamos rir disso. [Só Adamus ri.] Eh, que grupo difícil. [Adamus ri de novo.] Ah! Quando vocês conseguem rir da morte realmente os problemas são superados.

Mas é assustador, porque, mesmo além da morte física, é mais assustador o que acontece aqui em cima [apontando pra cabeça]. Na verdade, é mais fácil lidar com o corpo do que com o que acontece aqui em cima. E as coisas começam a mudar, a ficar estranhas, e é algo desorientador, aterrorizante, e vocês ficam se perguntando se estão fazendo a coisa certa. Vocês se sentem como se estivessem ficando realmente paranoicos. Vocês não estão, mas sentem como se estivessem. E vocês sentem como se todos os pensamentos fossem malucos. Nenhuma organização da mente, os controles, nenhum truque antigo funciona mais. E então vem o desespero. A mente fica bem desesperada. O que vocês vão fazer?

Claro, o que vocês tentam fazer é voltar, andar pra trás, ir pro que faziam antes, e vocês sabem que não funciona. Vocês sabem que não funciona.

Então, vocês se sentem como se estivessem nesse abismo escuro, num vácuo sem nada, e vocês estão. É uma posição difícil para se estar. É uma posição realmente difícil, mas é quando mais vocês conhecem o seu Eu. Não a si mesmos como persona humana, mas é quando vocês conhecem o Eu Sou. É quando vocês descobrem, como Pete: “Eu existo. Mesmo nesse nada, eu existo.” É isso.

Então, é algo sagrado, sim; assustador, muito, muito. E o interessante é que vocês são um grupo difícil, porque vocês continuam pedindo mais. [Duas pessoas riem.] E continuam rindo. Duas pessoas riram. Vocês continuam pedindo mais. É difícil, meus amigos, mas vamos ter uma conversinha daqui a alguns meses. Acho que mencionei, alguns Shouds atrás, que no dia 14 de fevereiro iríamos conversar e perguntar: “Onde estamos? Como será que estão se saindo na permissão da realização, do reconhecimento da iluminação?” E uso essas palavras com muito cuidado – permissão da realização. Não é pra trabalharem nisso. Não é pra trabalharem nisso.

O seu eu humano não consegue e não deve tentar fazer isso. É pra permitir. E como vocês lutam com isso, trabalham, se esforçam e como ficam frustrados... Tem a ver com permitir.

Soa como algo simples, mas é complicado, porque requer confiança, deixar ir, permitir. Permitir o quê? Vocês descobrirão. Vocês descobrirão.

Assim, vamos respirar bem fundo com isso.



Uma Pergunta

Eu tenho uma pergunta. Precisaremos do quadro de escrever aqui; Linda com o microfone. É o momento que eu mais gosto...

LINDA: Oh-oh!

ADAMUS: ... fazer esse negócio de perguntas e respostas com os Shaumbra.

LINDA: Oh-oh!

ADAMUS: Sim. Eu sei que vocês adorariam ficar sentados me escutando, mas quero ouvir o que vocês têm a dizer.

Assim, respirem bem fundo. A pergunta é... Enquanto Linda prepara o microfone... E eu peço que não respondam com makyo aqui. A propósito, essa é outra coisa que Pete mencionou assim que fez a passagem: “Ohhh! Eu estava repleto de makyo.” E é tipo: “Não diga, Pete. Não diga.” É. E, na verdade, ele disse que essa foi uma das maiores coisas que fez: perceber o próprio makyo e rir dele. Perceber o próprio makyo.

Tudo bem, pergunta: Qual é a maior coisa com que vocês se preocupam em sua vida humana cotidiana enquanto humanos? A maior coisa com que vocês se preocupam em sua... Pode ficar escrevendo? [Ele fala com Tad.] ... em sua vida humana cotidiana, a preocupação que mais consome tempo e que é uma obsessão em sua vida humana cotidiana?

LINDA: E, feliz aniversário, Andy.

ADAMUS: Feliz aniversário, Andy. [Alguns aplausos] Feliz aniversário, e muitos mais pela frente.

ANDY: Qual é a pergunta? [Risadas]

ADAMUS: Você está canalizando o Pete?! [Mais risadas] O que o preocupa mais? Enquanto eu humano, na vida diária, o que o preocupa mais?

ANDY: Infelizmente, eu me preocupo com o bem-estar dos outros. E estou percebendo que preciso me preocupar mais comigo.

ADAMUS: Certo. Preocupar-se com os outros. E quanto tempo você gasta se preocupando com os outros?

ANDY: Metade do meu tempo, ou mais.

ADAMUS: Ooh! Nossa! Lá se vai outra vida boa. Preocupando-se com os outros.

ANDY: É!

ADAMUS: É! [Eles riem.] Hum. Houston, temos um problema. Certo, ótimo. Dizendo o que vem lá de dentro de você, por que você faz isso?

ANDY: Eu achava que tinha que salvar o mundo.

ADAMUS: Do quê?

ANDY: Parece, agora, que preciso salvá-lo de mim. [Risadas]

ADAMUS: Ótimo. Vou lhe dar uma ajudinha. Esse tempo todo gasto se preocupando com os outros é uma enorme distração pra você. “Vou me preocupar com o mundo.” Pufft, por quê, eu não sei. “Vou me preocupar com o mundo, pra que eu possa tirar a atenção de mim mesmo.” Aah, é, na verdade, uma distração criativa brilhante. O quanto você já ajudou o mundo nessa preocupação toda?

ANDY: Não muito.

ADAMUS: [rindo] O quanto tem atrapalhado?

ANDY: Uh, acho que talvez algumas vezes eu tenha feito isso...

ADAMUS: Nahh! Nem um pouco. Nem um pouco. Não.

ANDY: Nem um pouco?

ADAMUS: Não tem qualquer efeito.

ANDY: Obrigado.

ADAMUS: Sim, sim.

ANDY: Me livro da culpa, pelo menos, certo?

ADAMUS: É. É. Bem, da culpa ou de alguém dizendo: “Nossa! É muito tempo e não chegou a lugar nenhum.” Então, pode haver uma culpa por isso. É. Tudo bem.

ANDY: É.

ADAMUS: Ótimo. Mas digamos... qual é a única coisa com a qual você se permite ser obcecado em relação a si mesmo? Com o que você se preocupa quando reserva um tempinho de preocupação pra si? Com o que você se preocupa?

ANDY: Com a minha alegria no futuro.

ADAMUS: Certo.

ANDY: E, assim, é claro, eu a elimino do presente.

ADAMUS: Dãh! Ótimo.

ANDY: Estou aprendendo! Estou aprendendo! [Algumas risadas]

ADAMUS: Mas é meio engraçado quando se percebe isso. Vejam bem, quando vocês conseguem rir disso, é meio engraçado. É tipo: “Nossa, cara! Olha o que estou fazendo! Estou me preocupando com a alegria no futuro, de modo que não tenho nenhuma agora. O futuro nunca chega. Eu não tenho alegria. Em vez disso, vou me preocupar com os outros.” [Algumas risadas]

ANDY: Muito bem. É isso.

ADAMUS: É! Não, e, quando você percebe, é realmente muito engraçado, porque, de repente, você não está mais preso aí. É. Passa a ser só um jogo.

ANDY: E, então, as coisas começam a acontecer.

ADAMUS: Começam. Ótimo. Feliz aniversário.

ANDY: Obrigado.

ADAMUS: É. Ótimo. Próximo. Com o que você se preocupa mais na vida humana cotidiana? O que a preocupa mais? E, a propósito, vamos finalizar depois com o Pete. Ele quer compartilhar seus insights. Vejam só, vocês morrem e, subitamente, se tornam filósofos. [Risadas] Ele está rindo. Prossiga. O que a preocupa mais?

JANE: Posso dar duas respostas?

ADAMUS: [rindo] Você pode dar oito, se quiser, e ainda não vai ser suficiente.

JANE: Saúde e dinheiro.

ADAMUS: Saúde e dinheiro. Ah, ótimo, ótimo. Quanto tempo você gasta se preocupando com sua saúde?

JANE: Muitíssimo.

ADAMUS: Quanto dinheiro está gastando em coisas...

JANE: Bastante!

ADAMUS: [rindo] Agora temos um problema de dinheiro! Ha! Engraçado como isso funciona: saúde e dinheiro. O que realmente está acontecendo?

JANE: Estou me distraindo.

ADAMUS: Sim. Está. Por quê?

JANE: Porque é assustador.

ADAMUS: A sua saúde ou a distração?

JANE: Viver.

ADAMUS: Sim, é.

JANE: Passar por esse processo.

ADAMUS: É. Preciso perguntar: O que a preocupa com relação à sua saúde? Digo, o que está acontecendo com a saúde que a deixa preocupada? Você está doente?

JANE: Não. [Eles riem.]

ADAMUS: Está vendo como faz sentido?

JANE: Bom, eu tenho muita...

ADAMUS: Você já ficou realmente, realmente, realmente doente? Digo, do tipo estar quase morrendo?

JANE: Não.

ADAMUS: Gripes, resfriados?

JANE: Ocasionalmente.

ADAMUS: Sei, sei. Ocasionalmente.

JANE: É.

ADAMUS: Catapora, sarampo?

JANE: Provavelmente.

ADAMUS: É. Nada sexualmente... Não, não quero saber. [Risadas] Não. Então, você está me dizendo que nunca teve realmente qualquer problema grave de saúde. Sua família – eles têm muitas questões de saúde?

JANE: Alguns, sim. É.

ADAMUS: Não mentais. Físicas.

JANE: Sim.

ADAMUS: Sim, está certo. Mas nada que realmente se sobressaia?

JANE: Esclerose múltipla.

ADAMUS: Esclerose múltipla. Certo. Você tem esclerose múltipla?

JANE: Não.

ADAMUS: Certo, que bom. Então, você está gastando todo esse tempo ficando obcecada com isso, e isso está custando muito dinheiro. E, aí, você fica trabalhando em algo que realmente não quer pra fazer dinheiro a fim de pagar as obsessões com a saúde sem ficar dura.

JANE: Isso.

ADAMUS: Você percebe como isso não faz sentido?

JANE: Bem, eu tenho sentido muita coisa no corpo nos últimos cinco anos. Muita dor nos nervos e coisas desse tipo. Mas não é como se eu tivesse câncer...

ADAMUS: O que os médicos dizem sobre essa dor nos nervos?

JANE: Nunca sabem o que está errado.

ADAMUS: Oh! Nossa! Sou vidente! Ah! O que está acontecendo, Jane?

JANE: Sintomas da ascensão?

ADAMUS: [Adamus ri.] Claro. É...

JANE: E tem os meus pés. Nos últimos dois anos e meio, meus pés doem.

ADAMUS: Sei.

JANE: E não importa o que eu faça, continuam doendo.

ADAMUS: Sem pensar, o que está relacionado aos pés, simbolicamente?

JANE: Seguir em frente. Sim, eu sei.

ADAMUS: O quê?

JANE: Seguir em frente.

ADAMUS: Seguir... Ficar na Terra, estar ancorada!

JANE: Sei, é verdade.

ADAMUS: É, estabilizada.

JANE: O solo, é.

ADAMUS: Então, você tem tudo isso acontecendo. É um jogo interessante, se não se importa que eu diga isso – talvez eu vá pegar no seu pé.

JANE: Não, tudo bem.

ADAMUS: É um jogo interessante. Você quer sair dele.

JANE: Sim.

ADAMUS: Eu sei que quer.

JANE: Sim.

ADAMUS: Nós conversamos.

JANE: Sim.

ADAMUS: Mas você não sabe como.

JANE: É.

ADAMUS: Tudo bem. Hoje, vamos tratar disso, mas você não vai acreditar. Hoje, nós todos vamos fazer uma experiência pra sair disso. Vamos entrar nessa coisa toda de espaço-tempo, bon e ir além. Você não vai acreditar de início.

JANE: Tudo bem.

ADAMUS: E a maioria de vocês não vai acreditar. Mas, então, vocês vão começar a perceber: “Oh, droga! Se essa é a única porta, vou seguir por aí. Se é o único caminho pra ir além, vou seguir por ele.” Mesmo que pareça ser uma rua de mão única, indo na direção errada, mesmo que pareça que entrar por essa porta só leve vocês à loucura. Mas o que é loucura? O que é estar louco? Vou tratar disso daqui a pouco, o que vai irritar as pessoas.

Tudo bem. Posso lhe dizer uma coisa. Vou olhar dentro dos seus olhos – está escuro aí, então, vou precisar de luz. Não tem nada, fisicamente, errado com você. Só alguns desequilíbrios estranhos sem importância, mas eles vão se ajustar. Não tem nada...

JANE: Como?

ADAMUS: Desculpe?

JANE: Como eles vão se ajustar?

ADAMUS: Deixando eles se ajustarem. Você permite que o corpo se ajuste. Ele se ajusta. O corpo é mais inteligente do que a mente. O corpo é mais inteligente do que a mente. Então, você simplesmente permite. Há sempre coisas que não vão bem com o corpo desde o dia que em que se nasce até o dia que em que se morre. Há sempre algo em processo de ajuste. Há níveis químicos, níveis eletromagnéticos. Há desequilíbrios entre os órgãos. Você fica quieta, você deixa que eles voltem a se equilibrar, e eles vão se equilibrar. Automaticamente. Isso é que é bonito no corpo. Mas é preciso ser capaz de permitir. E é assustador, porque é tipo... bom, se não permitir, veja bem, se ficar controlando tudo isso, o que pode dar errado?

JANE: Ham-hamm. Pode piorar.

ADAMUS: Bem, de fato, é só quando se fica controlando que as coisas dão errado, se acaba ficando sem dinheiro... e vocês tomam todos esses... Cada vez... É uma dessas declarações de pegar no pé. Cada vez que vocês tomam suplementos, cada vez que ficam obcecados com uma terapia externa, fora algum trabalho com o corpo, coisa que todos vocês precisam fazer – uma massagem; o trabalho que você faz [falando com Lara] – fora isso, cada vez que vocês tomam remédio, entram nessas terapias estranhas, bebem água diamante e toda essa porcariada, vocês estão dizendo ao corpo que não confiam nele. [Linda faz um som de desaprovação.] E o corpo é tão bom, tão inteligente, que diz: “Tudo bem, vou entrar na sua brincadeira e vou sair do equilíbrio porque amo você, e parece que é isso que você quer.” Então, essas peculiaridades e esquisitices vão ficar acontecendo. E vocês vão ao médico e ele diz: “Não tem nada de errado com você.” Daí, vocês vão a outros médicos até acharem um que diga: “Tem algo errado com você.” Mas não tem! Então, é estranho.

Posso perguntar uma coisa pra você, querida Jane?

JANE: Sim.

ADAMUS: Será que você está pronta – digo, realmente pronta, loucamente pronta, furiosamente pronta – pra sair dessa?

JANE: Sim!

ADAMUS: Ou é só tudo bem?

JANE: Não, não é só tudo bem.

ADAMUS: Certo. E será que você está pronta, do tipo não importa o que for preciso – Pete está rindo e olhando pra você agora –, será que você está pronta pra viver ou pra ir embora? Viver ou... [Linda reage.] O quê?! Viver ou ir embora. Estou dizendo ir embora do prédio, ir embora do Círculo Carmesim. [Algumas risadas] Tenho que perguntar isso: está pronta pra viver ou pra ir embora? Já chegou nesse ponto?

JANE: Sim! Eu me pergunto isso o tempo todo.

ADAMUS: Tudo bem.

JANE: E estou pronta pra viver.

ADAMUS: Isso.

JANE: Eu só não sei como.

ADAMUS: Certo. Vamos chegar lá. Vamos chegar lá. E você vai dizer: “Ah, isso – não. Não vai funcionar.” E depois você vai perceber que vai. É. Vai parecer meio estranho no início. Vai fazer seu corpo se sentir realmente estranho.

JANE: Que ótimo. [Risadas]

ADAMUS: Bem, então, você ri do seu corpo. Ha, ha, ha, ha, ha! Veja bem, é sério, é muito importante rir quando vocês têm essas coisas físicas. Quando vocês chegam nesse ponto, quando conseguem rir de si mesmos, até com relação às coisas físicas, então vocês estão perto. Vocês estão prontos pra iluminação encarnada. Mas quando esse corpo é um monstro gigante, que causa ansiedade e distração, então, vocês não estão prontos pra iluminação encarnada.

Ótimo. Mais duas pessoas. É. David? 

DAVID: Sim.

ADAMUS: Com o que você se preocupa no nível humano cotidiano?

DAVID: Com a minha energia vital.

ADAMUS: Energia vital... Oh, como assim?

DAVID: Bem, é uma droga e, francamente, eu não estou vivendo. Eu...

ADAMUS: Força vital. Você quer dizer que está sem energia?

DAVID: Isso.

ADAMUS: Quer ficar parado o dia todo?

DAVID: Isso.

ADAMUS: Sei. Mal consegue reunir energia pra vir a um Shoud?

DAVID: Não, isso é...

ADAMUS: Isso é bom.

DAVID: Isso é bom.

ADAMUS: Certo. Ótimo.

DAVID: É.

ADAMUS: Dificuldade de sair pra fazer compras?

DAVID: Na verdade, eu gosto de fazer compras.

ADAMUS: Certo. Dificuldade pra sair e comer num bom restaurante?

DAVID: Eu gosto de sair.

ADAMUS: Minha nossa! Então, qual é o problema aqui?! [Muitas risadas]

DAVID: Sabe como é, eu... Mas, não, eu não faço nada disso com frequência. [Adamus está rindo.] E...

ADAMUS: Por que não faz com frequência?

DAVID: Bem, por questão de dinheiro.

ADAMUS: Certo. Isso é estranho.

DAVID: É bobagem, eu sei.

ADAMUS: Sim, é. Veja, na verdade, você pode ter uma ótima refeição no... Cauldre está me dizendo Taco Bell. [A plateia faz “eww”.] Não? Qualquer outro lugar, menos lá, mas, tudo bem.

O que eu ouço, David – e isso vale pra todos vocês, e Pete tem muito a ver com isso tudo –, quando vocês fazem algo que gostam de fazer, a energia vai estar lá. Mas, muitas vezes, vocês não sabem o que realmente gostam de fazer. Muitas vezes, vocês se limitam, porque dizem que se trata de dinheiro, e não se trata.

DAVID: Certo.

ADAMUS: É como a questão da Jane – saúde e dinheiro. Andam de mãos dadas. Vocês gastam muito com a saúde, então, não há dinheiro que chegue, porque vai tudo... E então ela tem que trabalhar e fazer tudo isso. É maluquice. Digo, é realmente maluquice, mas sabem de uma coisa? Todos os dias, bilhões de pessoas – aproximadamente seis bilhões – ao redor do mundo, se levantam e fazem exatamente o que estou dizendo. Mas não falam sobre isso, porque não percebem, e não riem disso, porque estão presos aí. Mas nós estamos numa posição em que conseguimos falar sobre isso e rir disso. 

Eu verifiquei em você, se não se importa, fiz um rápido exame enquanto conversamos.

DAVID: Obrigado.

ADAMUS: É. E...

LINDA: Ohhh! [Risadas] O quê?!

ADAMUS: Foi um exame da energia.

LINDA: O quê?!

ADAMUS: E foi... [Risadas]

LINDA: Nossa mãe‼

ADAMUS: Você não incomodou. Foi...

DAVID: Não mesmo.

ADAMUS: ... foi um exame da energia não invasivo. O seu nível de energia está bom. Está bom. Não tem realmente nada de errado com a energia. É – oh, Linda, tome nota –, é a paixão. É a paixão. E, para tantos de vocês, é como se estivessem presos nessa zona intermediária, vejam bem, vivendo uma vida que é uma droga, vivendo uma vida desumana e se perguntando por que o corpo está doendo, onde está sua energia e por que falta dinheiro. Meus amigos, não faz sentido, de jeito nenhum, e vocês sabem disso.

DAVID: Eu sei.

ADAMUS: E podem rir disso, e é meio...

DAVID: Ha, ha, ha‼ Chega!

ADAMUS: E é meio engraçado. E a paix... Eu quero retomar nosso [workshop] Passion (Paixão). Eu sei, a aula sobre paixão foi originalmente ministrada por Tobias. Podemos fazer o workshop Paixão em duas, talvez três sessões.

LINDA: Você tem paixão por refazer tudo que Tobias fez.

ADAMUS: Com certeza. [Linda ri.] Mas essa é uma das questões do momento, a paixão. Quando se fica esgotado com a vida que se conhece é algo psicótico – não você (David), mas o mundo é psicótico. Quando não é certo, mas não se sabe como sair dessa, a coisa vai drenar seu dinheiro, sua energia, sua alegria e todo o resto. Então, vamos retomar isso. É. Certo.

DAVID: Obrigado.

ADAMUS: Pelos Shaumbra. É.

DAVID: Obrigado.

ADAMUS: E agora eu vou realmente irritar alguém aqui – Linda.

LINDA: Haaah! Por que você nunca me erra?!

ADAMUS: Porque será uma aula gratuita.

LINDA: [gritando] Ohhhh!

DAVID: Éééé! [A plateia vibra e aplaude enquanto Linda ri bem alto.] Ééé!! Que bom!

ADAMUS: Certo.

LINDA: Oh! Não temos nada melhor pra fazer! Vamos fazer isso!

ADAMUS: Não têm nada melhor pra fazer.

LINDA: Vamos fazer, então! [Ela continua rindo.]

ADAMUS: É essa a questão. Isso é algo ligado a todos vocês. Estou olhando pela sala. Estou tentando não apontar pra ninguém em particular, mas essa coisa toda... Jane, você expressou isso muito bem. Vejam: “Estou preocupada com minha saúde e com dinheiro.” Mas, então, você tem que trabalhar e isso leva embora a alegria e a paixão. Este é o Shoud do Pete, em vários sentidos. Vivam bem ou vão embora. É isso. É isso. E estamos nesse ponto, e é ótimo – pra mim. Pra vocês, é uma droga, é difícil. [Risadas] Vivam ou vão embora. Vivam de maneira grandiosa, gozem a vida, fiquem bem. Vivam com estilo ou vão embora. Resume-se a isso, porque, de outra forma, não funciona muito bem.

Certo, mais duas pessoas. Rapidinho, rapidinho. Temos muito que fazer hoje. Sim? Ahhh!

TIFFANY: Oooh.

ADAMUS: Te pegamos, não foi?

TIFFANY: É.

ADAMUS: Você achou que ia se esconder aí atrás.

TIFFANY: É, mais ou menos.

ADAMUS: É, sim, sim.

TIFFANY: Não tenho permissão pra usar meu makyo, certo?

ADAMUS: Certo. Não, não tem.

TIFFANY: Tudo bem. Hum...

ADAMUS: Mas você pode fazer o que quiser.

TIFFANY: Bom, é dia de Shoud. Eu chego aqui e não me preocupo com nada. Eu me sento aqui e toda a minha... tudo vai realmente bem.

ADAMUS: Claro.

TIFFANY: Digo, realmente, realmente bem.

ADAMUS: Sei.

TIFFANY: Então, mas, depois...

ADAMUS: Antes de chegar aqui ou quando chega aqui?

TIFFANY: Não. Não, no dia Shoud, eu percebo como tudo é ótimo.

ADAMUS: Deveríamos fazer mais isso, então.

TIFFANY: É, todo dia. [Adamus ri.] Todo santo dia. Não, estou falando sério, porque eu me sento aqui e você faz a pergunta. É como se eu não me preocupasse com droga nenhuma. Tudo está muito bom. Apesar de...

ADAMUS: Apesar.

TIFFANY: Apesar...

ADAMUS: Apesar.

TIFFANY: ... apesar de nem sempre isso ser verdade.

ADAMUS: Certo. Me fale das coisas, então...

TIFFANY: Mas é meio constrangedor, e eu realmente não quero falar sobre isso.

ADAMUS: Ah, sim, sei. Mas por que alguém ficaria constrangido com os Shaumbra assistindo de toda parte do mundo? [Algumas risadas]

TIFFANY: É meio constrangedor.

ADAMUS: Vou colocar de outra forma. Quando alguém está realmente aberto e é sincero, todo mundo sente e isso ajuda as pessoas.

TIFFANY: Verdade.

ADAMUS: Então, veja o que você está fazendo pra salvar o mundo.

TIFFANY: É uma história verdadeira. Está bem.

ADAMUS: Oh! Trata-se dos outros, não de você. [Algumas risadas]

TIFFANY: Então, a verdade é que eu entro nessa preocupação obsessiva realmente estúpida com relação à idade.

ADAMUS: O que tem de errado nisso?

TIFFANY: Eu quero ficar jovem e linda pra sempre.

ADAMUS: Certo, mas isso não é... Digo, por que isso... Achei que você ia nos contar uma coisa...

TIFFANY: Não faço ideia.

ADAMUS: ... realmente interessante.

TIFFANY: Não sei por que é importante.

ADAMUS: Digo, só envelhecer?

TIFFANY: É!

ADAMUS: Então, o que você está fazendo com relação a essa coisa de envelhecer?

TIFFANY: Bem, estou tentando permanecer jovem de toda maneira possível.

ADAMUS: Como você faz isso?

TIFFANY: Eu me sinto jovem.

ADAMUS: Como você faz isso?

TIFFANY: Huum...

ADAMUS: “Eu sou jovem, eu sou jovem, eu sou jovem.” [Adamus ri.]

TIFFANY: Eu cuido da minha pele, eu corro e eu faço yoga.

ADAMUS: Certo.

TIFFANY: E eu me divirto.

ADAMUS: Sei.

TIFFANY: Então, eu me sinto jovem. Mas é uma bobagem.

ADAMUS: Posso realmente ser sincero com você?

TIFFANY: Por favor.

ADAMUS: Não. [Adamus ri.]

TIFFANY: Por favor.

ADAMUS: Mas você se maltrata.

TIFFANY: Hãh-hah.

ADAMUS: Por quê? [Ela pensa.] Digo, mesmo mentalmente...

TIFFANY: Por alguma razão, eu...

ADAMUS: Você se maltrata mentalmente; é o principal.

TIFFANY: É.

ADAMUS: Mas, às vezes, você faz isso de outras maneiras. Mas por quê?! Bum! Bum! Bum! Bum!

TIFFANY: Acho que é um hábito. Eu concordo com você. Eu me maltrato.

ADAMUS: Certo. Mas eu ressalto que...

TIFFANY: Estou achando isso mais hilário, pelo menos.

ADAMUS: Ótimo. Ótimo. Pelo menos, ria...

TIFFANY: É, eu rio.

ADAMUS: ... antes de se punir. [Adamus ri.]

TIFFANY: Eu rio. Eu rio. E, como eu disse, no dia do Shoud, eu venho aqui e é assim: tudo está ótimo. Digo, examino tudo. E estou fazendo dinheiro. Estou me divertindo. Só faço o trabalho que eu quero fazer. Tenho todos estes amigos maravilhosos.

ADAMUS: É.

TIFFANY: Digo, está tudo ótimo.

ADAMUS: Mas e a ansiedade, perto da depressão, às vezes? De onde isso vem? Por que está aí? Por que você se maltrata?

TIFFANY: Acho que é porque eu tenho que lidar com outras pessoas. [Risadas, especialmente de Linda.] Se fosse só eu e meus amigos, então, seria fácil.

ADAMUS: Sei.

TIFFANY: Mas as outras pessoas dizem coisas, pensam coisas e fazem coisas, e eu fico meio, fico meio...

ADAMUS: Não vou aceitar isso como resposta, se você não se importa.

TIFFANY: Tudo bem.

ADAMUS: É uma ótima desculpa, mas... Digo, em parte, é verdade. As outras pessoas podem realmente pegar sua energia, mas vejo que os seus momentos obscuros são quando você está sozinha consigo mesma. E é como...

TIFFANY: Tudo bem. Como eu acabo com isso?

ADAMUS: Boa pergunta. [Ela ri.]

TIFFANY: Estou pronta.

ADAMUS: Ah, você quer que eu responda!

TIFFANY: É.

ADAMUS: Ah, tudo bem.

TIFFANY: É, quero que você diga...

ADAMUS: Vou tratar desse assunto daqui a pouquinho, mas quero que você perceba isso, assim como muitos outros, que está dando um passo adiante e depois se maltratando. Aí, se sente culpada com relação a dar um passo adiante. Não faz sentido. Certo? É psicótico.

TIFFANY: Hãn-ham.

ADAMUS: Ótimo. Obrigado. E obrigado por se abrir.

TIFFANY: Obrigada.

ADAMUS: Mais uma pessoa e depois o Pete.

LINDA: Mais uma.

ADAMUS: Sim.

LINDA: Está bem.

ADAMUS: Todos estamos envelhecendo bem. Então, não se trata bem de envelhecer. Há muitas outras coisas. Sim?

SAMUEL: É. Com o que eu me preocupo?

ADAMUS: Isso.

SAMUEL: Eh... Bastante com o modo como recebo e sou recebido.

ADAMUS: Muito bom. Excelente.

SAMUEL: E...

ADAMUS: E... prossiga.

SAMUEL: Bem, tem a ver em como isso acaba, essa coisa de dar um passo adiante, ficar ansioso com isso e depois me maltratar um pouco.

ADAMUS: É. E, no final, tem a ver realmente, de certa forma, com o modo como você está recebendo a si mesmo...

SAMUEL: É.

ADAMUS: ... enquanto é visto pelos olhos dos outros.

SAMUEL: Sim, sim.

ADAMUS: É. E como você está se saindo com isso?

SAMUEL: Ultimamente, não muito bem.

ADAMUS: [rindo] Ótimo. Falo sério. Por quê? Por que não está dando muito certo?

SAMUEL: Humm...

ADAMUS: Se você tivesse que dizer como as outras pessoas o definiriam, que palavras usaria?

SAMUEL: Como as outras pessoas me definem?

ADAMUS: Isso mesmo.

SAMUEL: Independente.

ADAMUS: Sei. Essa é uma definição ruim. “Oh, que droga de garoto independente.” [Algumas risadas] O que mais?

SAMUEL: Inteligente.

ADAMUS: “Urghh! Esse cara se acha tão esperto.”

SAMUEL: É, digo, você está ridicularizando o processo, dizendo como eu uso isso contra mim.

ADAMUS: Ah, com certeza. É.

SAMUEL: É.

ADAMUS: E o que mais?

SAMUEL: Engraçado.

ADAMUS: Engraçado. As pessoas usam isso como algo negativo?

SAMUEL: Não. Não quero dizer que sejam coisas negativas.

ADAMUS: Certo. É como elas veem você. Tudo bem.

SAMUEL: É. Era essa a pergunta, certo?

ADAMUS: Você é engraçado?

SAMUEL: Eu rio de mim, às vezes. [Risadas]

ADAMUS: Ótimo.

SAMUEL: É, sim.

ADAMUS: O que mais? Tem mais uma coisa aqui. Como você acha que as pessoas o veem.

SAMUEL: Meio ridículo, talvez.

ADAMUS: Ridículo.

SAMUEL: É, ou insensível.

ADAMUS: Sei.

SAMUEL: É.

ADAMUS: Insensível ou talvez fora da realidade.

SAMUEL: É, isso.

ADAMUS: É. Não realista. E em que área de trabalho você está, meu caro?

SAMUEL: No momento, estou em consultoria, vendas, lidando com clientes e seus sonhos.

ADAMUS: Então, é isso. Obrigado.

SAMUEL: Sabe como é.

ADAMUS: Mas é algo que se encaixa perfeitamente. Bom, o modo como você vê que as pessoas o veem é sendo inteligente, o que elas chamariam de arrogante; engraçado, que elas chamariam de portador de um senso de humor distorcido, meio louco. Independente, que quer dizer que...

SAMUEL: ... não dou a mínima.

ADAMUS: É, sim, isso.

SAMUEL: É.

ADAMUS: Tá. “Só pensa em si mesmo e em mais nada.”

SAMUEL: “O que esse cara vai fazer por mim?” É.

ADAMUS: É, é. E você está fazendo um trabalho muito criativo ao lidar com os sonhos das pessoas, que é realmente... O trabalho que você está fazendo tem a ver, em última instância, com os seus próprios sonhos.

SAMUEL: É.

ADAMUS: Mas você usa essa plataforma do trabalho que você faz dando consultoria às patentes e aos direitos autorais possíveis, porque você usa os outros pra perceber a si mesmo.

SAMUEL: Isso.

ADAMUS: E você pode ver seus próprios sonhos através dos sonhos deles.

SAMUEL: Isso.

ADAMUS: É um bonito arranjo.

SAMUEL: Ah-hah.

ADAMUS: Mas o que acontece se você parar de usar as pessoas pra perceber a si mesmo?

SAMUEL: Esse é um pensamento assustador. Não fui muito longe com isso.

ADAMUS: Tá, é. Tudo bem.

SAMUEL: Ou eu tento e a coisa se torna grande muito rapidamente. Passa a ficar fora do meu alcance no momento presente.

ADAMUS: Certo. É mais fácil ver a si mesmo através dos olhos dos outros.

SAMUEL: É.

ADAMUS: Outros humanos são ótimos espelhos, porque você vê de imediato se elas, bem [fazendo cara de estranhamento], olham como se você estivesse cheirando mal ou riem de você. Se elas se aproximam ou se afastam de você. E isso fornece um parâmetro: “Eu me sentiria atraído por mim, ou ficaria ofendido comigo?”

SAMUEL: É.

ADAMUS: Isso é muito comum. Obrigado. Obrigado.

E, enfim, o Pete. Pode entregar o microfone ao Pete? Pete, sua resposta. Com o que você se preocupava mais? [Linda coloca o microfone na cadeira vazia de Pete.] Certo, obrigado. Foi uma boa resposta, e você escreva isso no quadro, por favor. Então... [Risadas e Tad escreve “Nada”.] Oh! Pete está dizendo que eu deveria repetir em voz alta. Vocês não conseguem ouvir o Pete? [Alguém diz que não.] Um pouco mais alto, Pete.

[Pausa breve]

Não, não está resolvendo, Pete. A resposta do Pete é que ele se preocupava mais com saber se estava fazendo certo. Essa era a grande preocupação dele: “Estou fazendo isso direito?” – aos olhos dos outros ou em como você se vê [dirigindo-se ao Samuel] através dos outros. “Estou fazendo direito” em termos de “Será que estou me controlando o suficiente pra manter [dirigindo-se à Jane] minha saúde e minhas finanças?” Em termos de “Será que estou fazendo o certo” ou também “O que estou fazendo de errado? Meu nível de energia [dirigindo-se ao David] está baixo. O que estou fazendo de errado?” E, aí, vocês tentam pensar num jeito de entender tudo isso e não conseguem. Nada funciona. E é isso que Pete quer dizer com “Viva bem ou vá embora”. É isso.

Ele gastou, como muitos de vocês estão gastando, um tempo enorme se preocupando: “Será que estou fazendo direito?” Seja na espiritualidade, seja no trabalho, seja na saúde, seja no envelhecer [dirigindo-se à Tiffany] ou seja no que for. “Será que estou fazendo certo?”

Não há certo. Não há mais, não pra vocês. Talvez haja certo e errado para as pessoas aí fora, mas vocês chegaram neste ponto e não há nada mais de certo ou errado. É algo muito difícil, porque sua mente vai gritar. Sua mente quase vai insistir nisso, porque ela está acostumada a uma vida baseada no julgamento, no certo e no errado.

Vocês chegaram neste ponto e é muito frustrante. Vocês querem fazer o certo. Vocês querem fazer muitas coisas certas. Vocês querem essa droga chamada iluminação ou realização encarnada, porque vocês sabem que é possível. Mas vocês não sabem se vocês estão fazendo isso direito ou não. E, então, há esse esforço desesperado do humano que tenta fazer a coisa certa. Ele não consegue, e eu quero que vocês se lembrem dessa questão, até que ela se concretize dentro de vocês. Ele não consegue. Esse humano não consegue, de jeito nenhum.

A maioria das pessoas passa a vida inteira tentando tornar melhor a vida do pequeno humano. Elas rezam pros deuses pra tornar a vida um pouco mais fácil. Elas oram a Deus, não pela iluminação, não pela realização, não pela clareza, não. Elas simplesmente oram por algum dinheiro a mais pra gastarem com mais médicos. Elas rezam pra que algumas outras pessoas gostem delas um pouco mais. Elas rezam por uma vida mais fácil. E, meus caros amigos, isso não vai acontecer. Não vai acontecer, e eu digo isso com um grande sorriso no rosto.



Vida Humana

A vida é realmente um pé no saco. [Algumas risadas] A vida humana é realmente um pé no saco. E é agora que vou começar meu discurso que vai irritar um monte de pessoas.

A vida humana é desumana. É. A vida e os humanos chegam ao ponto de serem patéticos. Patéticos, realmente tristes. E Pete, se ninguém mais, está balançando a cabeça, dizendo que sim, porque agora ele percebe isso. Ele é um recém-chegado, acabou de fazer a passagem. [Algumas risadas] E ele percebe que tem toda essa conversa de... “Ah, devemos amar a vida. Devemos amar as outras pessoas.” Dane-se tudo isso. Falo sério, dane-se, porque o que eu vejo, constantemente, são as pessoas tentando cada vez mais, se esforçando desesperadamente, pra tornar melhor a vida do pequeno humano egoísta. E vocês sabem que isso não funciona.

Vocês passaram desse ponto em que dizem: “Vou só limpar a caixinha em que eu vivo. Vou tentar torná-la mais arrumada. Vou me deixar mais feliz. Vou continuar fazendo cursos de felicidade e tomando pílulas de felicidade.” Não funciona. Chega um ponto em que vocês percebem que a vida é realmente patética.

A vida deveria ser uma experiência, mas isso está longe de ser verdade, realmente, a vida pros humanos neste planeta. A vida pode ser uma linda e incrível experiência, mas isso está longe de ser verdade neste planeta. Os humanos estão sofrendo. Os humanos estão ficando enlouquecidos e vão continuar assim. Digo, nesses próximos anos, vocês vão ver isso cada vez mais. Eles vão enlouquecer, porque a vida se tornou desumana.

A vida se tornou... bem, imaginem uma coisa. Vocês vão ao zoológico passar o dia e pensam: “Será uma experiência grandiosa ir ao zoológico e ver os diferentes animais. Vou comprar bichos de pelúcia pra levar pra casa e vou comer um lanche, algodão doce, pipoca, tomar refrigerante e tudo mais lá.” Será um dia divertido. Vocês vão ao zoológico e começam a andar por lá. Vão até a jaula dos macacos, a jaula dos leões e vão ver os elefantes. Vocês ficam tão entretidos que se esquecem que estão no zoológico. Vocês se esquecem que vieram ter uma experiência, visitar o lugar. E, logo, o mundo exterior, a realidade, a verdadeira realidade se dissolve. Vocês esquecem. Agora, vocês estão presos no zoológico e, em breve, estarão numa dessas jaulas. Logo, estarão presos. Ficarão encurralados. Logo, estarão sentados na jaula e vão reparar as pessoas vindo provocá-los, examiná-los e, então, rapidamente, vocês estarão rosnando pra elas. [Algumas risadas]

Vocês ficam tão presos na jaula do zoológico que o que vocês fazem é tentar limpar a jaula e rezar por uma comida um pouco melhor. Vocês rezam por um pouco mais de aquecimento naquelas noites frias. Vocês rezam pelo companheirismo daqueles que estão presos na jaula com vocês. Vocês esquecem que isso não é a realidade. Vocês esquecem que isso não é real. Mas vocês insistem nisso. Vocês trabalham. Vocês tentam ser animais melhores presos no zoológico. Vocês tentam ser mais inteligentes do que alguns outros animais. Vocês tentam evitar envelhecer no zoológico. Vocês tentam ser macacos bem bonitos no zoológico. Vocês esquecem que não pertencem ao lugar. E, ainda pior, todos os demais também se esquecem.

É psicótico. Digo, é realmente algo psicótico. A verdadeira psicose não está nas pessoas que tentam ser independentes, não está em vocês, não naqueles que dizem: “Isto não está certo.” Os que são psicóticos são aqueles que tentam tornar um pouco melhor a jaula no zoológico, e não são vocês.

Então, vocês estão num dilema, meus amigos, e estão emperrados nesse dilema, como se estivessem num lugar intermediário. A vida. A vida dos velhos padrões era psicótica, é psicótica. O mundo é desumano neste momento. Só polir as arestas – fingindo que estamos todos felizes, fingindo que a vida vai ser melhor amanhã – é uma droga. Não funciona, e vocês sabem disso. Vocês estão nesse ponto.

Vocês estão nesse ponto... Também não é um ponto ruim. Nesse ponto de quase avançar. “E depois? Pra onde vamos a partir daqui neste mundo enlouquecido, psicótico e patético?”

Alguns vão dizer: “Ohh! Adamus está falando mal dos humanos. Nós amamos os humanos. Vamos fazer um círculo de oração esta noite com velhas e cânticos.” Vocês fazem isso dentro da jaula de vocês. Vocês fazem isso dentro do zoológico, e não é algo real. E vocês podem fazer. Vocês vão se sentir melhor até amanhã de manhã ou talvez o outro dia. Depois, vão voltar direto pra onde estavam.

Outros vão dizer: “Adamus não gosta de humanos. Adamus é tão arrogante.” Não. Eu sei, eu sinto a dor de vocês. Eu sinto a sensação de vocês de que vão explodir, a sensação de não saberem se querem ficar ou se querem partir. Isso é o pior, como Pete lhes contou.

Vivam bem ou vão embora. Do contrário, vocês vão enlouquecer. Não apenas na loucura mental humana, que, no final, acaba, mas enlouquecer na alma. Digo, uma loucura profunda. Vocês não querem isso, que gosto de chamar de loucura do Leão Vermelho, e não há necessidade disso.

Este mundo é psicótico. Eu não estou falando mal dos humanos, das pessoas. Os humanos são legais, mas acreditam nesta coisa aqui. Acreditam no amor. Falam de amor e o que eu vejo em muitos é carência. Falam de caridade e o que eu vejo em muitos é culpa. Falam de felicidade e tudo que eu vejo é a cenoura na frente do cavalo, que o impulsiona para mais um dia. Falam de religião e seus deuses, mas tudo que vejo é controle. Falam de progresso e tudo que vejo é distração. Falam de fazer a coisa certa pelo bem de todos, e tudo que vejo são eles tentando obter mais pra si mesmos.

Será que estou meio cansado dos humanos? Não, eu amo os humanos. Eu sou, eu fui um. Eu digo “eu sou, eu fui”, porque estive aí, e ainda estou. Ainda me identifico com isso. Ainda brilho a minha condição humana onde quer que eu vá, mas eu também saí do zoológico. Levei 100.000 anos. Já não contei a vocês a história? [Risadas; alguém diz: “Não ouvi.” E: “Conte.”] Conte, por favor. Qualquer dia, pode sair o filme que David queria fazer. O filme “Saint Germain e Seu Cristal de 100.000 Anos.” Ah, daria um ótimo filme. E quem faria o protagonista? Alguém... Cauldre está dizendo Robert Downey, Jr. É. (N. da T.: Para quem não souber, é o protagonista da franquia Homem de Ferro.)

Então, 100.000 anos sentado num cristal. Assim é o filme. Até que um dia: “Oh, eu me coloquei aqui, eu posso me tirar daqui.” E assim é o filme. Leva uns cinco minutos pra ser feito. É isso. [Adamus ri.]

Sim, estou um pouco cansado no momento com a humanidade, porque ela está muito emperrada. As comunicações, por um lado, meio que ajudaram as pessoas a ter liberdade e independência, mas sabem o que aconteceu? Com toda a formidável tecnologia, as comunicações, a conectividade global e todo o resto, os humanos aproveitam um breve momento de liberdadezinha e depois usam essa mesma tecnologia, essas comunicações e tudo mais pra imergirem ainda mais fundo na jaula do zoológico. Eles pegam essa mesma coisa que poderia ter fornecido libertação, mais liberdade, pra este mundo e agora usam pra ficarem ainda mais presos na psicose.

Vocês estão num lugar engraçado – ha ha ha –, engraçado. Vocês estão bem no meio dele. Vocês têm essa gravidade puxando vocês a cada dia, a cada momento, e ainda assim vocês sabem que isso não é real. Vocês sabem que existe algo mais. Vocês são interessantes, porque, por mais difícil que as coisas tenham sido, vocês ainda querem mais. E vocês vão insistir nisso, e esse é o motivo pelo qual eu adoro vocês. Vocês vão insistir nisso até conseguirem sair, até estarem fora da jaula e do zoológico, e puderem rir disso.

E, então, quando acontecer isso, meus amigos, as coisas com as quais se preocupavam aqui... quando vocês forem além, saírem do zoológico, ficarem de fora nos portões e rirem de tudo isso, vocês perceberão que foi só uma experiência. Vocês saem e, nesse ponto, então, vocês podem voltar em qualquer momento e nunca mais ficarão presos de novo. Nunca mais serão puxados pela gravidade do zoológico, da jaula e de tudo mais. Nunca.

É quando, minha cara [dirigindo-se à Tiffany], o envelhecimento cessa, de certa forma, porque você estará fora do tempo nessa altura. Mas você não vai encontrar uma forma de sair a partir do ponto de vista humano patético – sinto muito – patético, do humano egoísta. Você [dirigindo-se à Jane] não consegue superar os problemas de saúde ou financeiros estando dentro deles. Não dá, e essa é a minha colocação de hoje.

Eu já disse antes. Se estão querendo ouvir algo novo. Vou continuar dizendo de outras maneiras até que vocês tenham aquele grande “aha”.

Os problemas de saúde, o foco na saúde é psicótico em si – neurótico, ambos –, e eles não são os culpados, de forma alguma. E vocês não vão resolvê-los. Eles vão piorar, assim como as outras coisas, porque vocês continuam entrando cada vez mais fundo. A gravidade agarra vocês pelas pernas e arrasta vocês pra baixo.

Vocês não vão chegar lá através da sua condição humana. Então, uma vez que percebam isso, uma vez que estejam prontos pra deixar ir, uma vez que percebam que este é um mundo altamente enlouquecido e que vocês não vão consertá-lo, vocês não vão parar de envelhecer nem acabar com os problemas de saúde e todas essas outras coisas presentes dentro da jaula do zoológico... Simplesmente não vão. Uma vez que vocês percebam isso, então, todas essas coisas, de repente, se resolvem por conta própria. Não porque vocês trabalharam a saúde nem porque estão tratando do envelhecimento, do dinheiro ou do que for, porque vocês terão ido além. Vocês saíram para além de tudo isso.

Então, as coisas se equilibram. Então, vocês nunca se preocuparão com a saúde novamente ou, caso se preocupem, será de uma forma divertida. De uma forma em que é apenas um jogo. Mas, aí, vocês se cansarão do jogo e passarão pra outra coisa.

Estou chateado com o mundo neste momento, porque sei o que ele pode ser. Eu sei o que pode ser uma experiência. Estou chateado, porque vejo a gravidade, vejo a consciência de massa puxando as pessoas cada vez mais fundo e mais fundo. E o que elas fazem? Elas tomam pílulas. Fazem todo tipo de terapia. Se matam. Vão pra guerra. Este é um planeta que continua em guerra. São ladrões. São assaltantes. São guerreiros. E eu sei que alguns já estão escrevendo seus e-mails: “Adamus está dizendo todas essas coisas ruins dos humanos.” Estou mentindo? Estou inventando? [A plateia diz que não.] Acho que não. Acho que é psicótico fingir que não é assim. E a questão é que está ficando pior.

Mas, para vocês, meus amigos, vocês estão numa posição engraçada, estranha, incomum, desconfortável. Vocês estão no mundo e não estão nele. Vocês tentam tornar sua vida humana melhor a partir da sua condição humana. Eu falo sobre isso, particularmente, no Keahak, sobre o humano egoísta que tenta consertar as coisas, que tenta tornar as coisas melhores. Vocês só estão ajeitando um pouco a jaula no zoológico. É isso. Então, o que fazer? O que fazer? Hum.

É pra entender, primeiro – entender a mente e o corpo; entender a consciência, sobre a qual sempre falamos –, e depois é pra enlouquecer. E é onde nós estamos.

A loucura é algo definido como estando fora da norma. Então, a loucura é boa. Psicose é algo definido pela... A pessoa psicótica deixa de ter orientação, embasamento ou conexão com a realidade. Mas, quando a definição de psicose é escrita, dentro do zoológico, por um de seus habitantes, usando o zoológico em si como referência, é porque algo está errado. E é por isso que digo: os humanos são psicóticos e são desumanos, não humanos.

A humanidade, a humanidade básica é incrível. Mas estar na humanidade significa estar numa experiência. Não é uma punição. Significa estar numa experiência. Só isso. Não significa ser o resultado final. Vocês nunca, jamais, em tempo algum, poderão aperfeiçoar a sua humanidade. Não é pra ser assim. Significa apenas estar numa experiência. E todos os habitantes do zoológico estão tentando aperfeiçoá-la.



Fantasia

O que nós fazemos? Entramos em algo muito simples. Há muitas formas de definir isso. Vou manter o mais simples possível, porque, em último caso, trata-se de ser capaz de ir além da mente. Chama-se fantasia. Fantasia. É como quero chamar isso.

Fantasia significa não ter que pensar a coisa, dar sentido, lógica. Quando pensam em fantasia, há uma certa felicidade. “Ah! Fantasia, o mundo da fantasia!” E aí dizem pra vocês: “É tudo fantasia.” Quem são os doidos aqui? Aqueles que estão aceitando a consciência desumana da vida? Ou os que estão dizendo: “Chega. Chega.”

Fantasia – a pura e simples fantasia. Vocês vivenciam grande parte dela quando sonham. Sonhar é um estado relativamente interessante de ser, porque os sonhos não vêm de um lugar de tempo e espaço. Os sonhos não têm a gravidade regular da vida humana, aquela tração normal que a vida humana tem.

Quando sonham, especialmente aqueles de vocês que lembram dos sonhos, vocês percebem: “Minha mente, minha mente humana não poderia ter inventado isso.” De onde isso está vindo? Porque a mente não poderia ter inventado. Eles são, em parte, fantasia, mas a mente interpreta em níveis que possam ser compreendidos, em símbolos que ela possa entender. Quando sonham, vocês se liberam. Não totalmente, mas de certa forma.

Então, de certa forma, sonhar é como uma fantasia, mas existe uma fantasia ainda maior, uma liberação ainda maior, e é isso que eu gostaria de fazer hoje. Colocaremos música daqui a pouco.

Fantasias são interessantes. As crianças adoram, porque elas ainda são muito... Ah, as crianças costumavam se manter abertas até os oito, nove anos de idade; agora, até os dois ou três anos. Elas vão pro zoológico. Elas se tornam muito mentais. Estão ficando muito programadas.

Aqui estão vocês, certamente não mais crianças, entrando na fantasia. E a mente vai dizer, quando vocês permitirem se abrir a isso: “Ah, estou inventando tudo isso.” Ou: “Isso é só fantasia.” Ou: “Não tenho qualquer controle.” Ou: “Isso não vai fazer qualquer diferença na minha vida.” O que não é verdade, de modo algum.

A fantasia vai além da lógica, vai além dos controles convencionais da mente. Fantasias não são invencionices. Nada é invencionice, porque tudo do qual vocês estão conscientes é real. Tudo do qual vocês estão conscientes. Não dá pra criarem invencionices. Não dá. Vocês podem, mentalmente, guiar e direcionar os pensamentos e tal, mas nada que surgir é invencionice. É tudo muito, muito real.

Então, essa tem sido a pergunta há muito tempo: “Como seguimos além? Como caminhamos?” Vamos começar com a fantasia.

Agora, esse vai ser o desafio. Vamos colocar música daqui a pouco e sua mente vai ficar tagarelando, e tudo bem. Não tentem pará-la. Vocês vão ficar se perguntando se estão fazendo direito. Não dá pra fazerem errado. Vocês podem ficar se perguntando se são bons em fantasiar. Mas não há bom nem ruim. Vocês se perguntarão acerca da própria definição de fantasia. Não há nenhuma. Fantasia quer dizer apenas ir além. Não vamos eliminar a mente nem os pensamentos regulares. Vamos apenas vivenciar ir além. É uma experiência; não quero que forcem nada. Nada. Será desconfortável.

Vamos trabalhar com a fantasia. Vamos trabalhar com essa abertura, e vocês vão achar que estão malucos. Como eu disse antes, sagrado e assustador estão intimamente ligados. Vocês vão se sentir desconfortáveis. Vão sentir: “Ah, isso não é pra mim. Isso é brincadeira de criança. Estamos inventando isso tudo.” Quero que respirem fundo. Quero que parem um instante. Que outra saída vocês têm? Que outra porta vocês têm para levá-los além do mundo muito limitado, agora se tornando desumano? Que outra saída vocês têm pra ir além?

A fantasia está bem aqui. Está disponível. E é essa passagem, essa passagem pra fora do zoológico. Vai fazer com que vocês se perguntem: “O que vai acontecer? De certo modo, era seguro no zoológico, porque todos os animais estavam enjaulados. O que acontece aqui fora?” Vou dar uma pequena pista. Vocês já estiveram lá antes. Na verdade, lá é o seu verdadeiro lar, não o zoológico. Não é realmente um mundo desconhecido. Só não tem feito parte da consciência ultimamente; ultimamente significando nos últimos cinco milhões de anos. [Algumas risadas] Vocês só não estão realmente familiarizados com ele.

Assim, vamos respirar bem fundo. Vamos reduzir as luzes. Fantasia. Aumentem um grau o ar condicionado pra esquentar; estamos congelando os participantes aqui hoje. Vamos fazer com que vão embora antes da hora. 

Vamos respirar bem fundo e relaxar. Sim, coloquem os casacos. Certo. Já aumentamos o ar? Joe? Vamos desligar o aparelho de uma vez. Não queremos o barulho. Certo. Vocês têm que estar confortáveis pra serem capazes de estar na fantasia.

E, a propósito, alguns de vocês, eu não disse fantasia sexual. Eu só disse fantasia. [Risadas] Meu Deus! Tem sempre uns dois, sempre. Sinto muito, Sart.

SART: Yeah!

ADAMUS: Sinto muito. [Adamus ri.]



Entrando na Fantasia

Vamos respirar bem fundo, colocar música e, simplesmente, relaxar. Relaxar.

Entendam, há um mundo aí fora – ele sempre esteve lá...

[A música começa.]

... além dos pensamentos, além das rotinas e das preocupações da vida. É o que chamam de fantasia, mas é realmente realidade. Gosto de chamar de fantasia, porque dá a vocês permissão pra sair da mente. E talvez, pra vocês, fantasia signifique unicórnios e elfos, gnomos. Eles são parte disso. São reais. De fato, são muito, muito reais.

Fantasia pode ser fantasia científica, tipo ficção científica. Fantasia científica, quando falamos do Espaço-tempo passando por vocês. A maioria das pessoas diria: “Isso é fantasia. É tudo invenção.” Mas não é. E o que eu adoro é que vocês sabem, sabem intuitivamente, que é real.

Fantasia é quando vocês podem se expandir. Não vocês querendo dizer mais eu humano, mas o seu eu Eu Sou. Vocês percebem como tem sido difícil pra consciência Eu Sou de vocês ficar presa nessa jaula no zoológico por tanto tempo? Ela não aguenta mais. Não aguenta. E todo esse tormento em vocês, toda essa irritação, toda essa impaciência e angústia foram uma coisa boa. Foram uma coisa boa, acreditem ou não – todas as questões de saúde, os problemas financeiros e tudo mais –, porque os deteve de entrar mais fundo nessa jaulinha fétida do zoológico.

Eram Vocês. Foi o Eu Sou dizendo: “Isso não está certo. Não está certo. Existe algo mais.”

Tudo isso os impediu de entrar em mais e mais existências de limitação, de consciência de massa, sendo um animal enjaulado, estando num mundo desumano. De certa forma, tudo isso foi uma benção. Outros estão tão adormecidos, tão contentes com sua jaula, mas vocês não. Vocês dizem: “Existe algo mais. Tem que existir.” E existe.

Vocês não conseguem chegar lá, pensando num caminho pra isso. Vocês não conseguem chegar lá estando do lado de dentro. Então, vocês, enfim, chegaram ao ponto de, simplesmente, permitir. Vocês chegaram ao ponto da fantasia.

Já posso ouvir as palavras, as pessoas que não são Shaumbra, fora do Círculo Carmesim, dizendo: “Ah, olha só eles. Fantasia. Vão ficar inventando coisas agora.” Não. Não. Vocês só estão retornando pra si mesmos. Voltando pra quem realmente são.

Vejam, porque nessa fantasia não estamos trazendo junto mais nada. Não estamos trazendo forças externas, cristais sagrados, arcanjos nem todo o resto. Trata-se apenas de vocês, voltando pra vocês mesmos.

Vocês saíram numa busca e o que encontraram foi o seu Eu.

Vocês saíram nessa longa busca, tentando encontrar respostas para o significado da vida, respostas para a criação, respostas para os problemas, e o que encontraram foi o seu Eu. Não o eu humano egoísta, aquele pequeno eu humano que acha que deve atravessar paredes. Não o pequeno eu humano que acha que vai se teletransportar pro outro lado do mundo com o corpo e com a mente. Não. Não o pequeno eu humano que quer esfregar as mãos, dizer palavras mágicas e, de repente, fazer ouro aparecer. Não. Isso é só polir as grades do zoológico, da jaula. Não.

O que está lá fora, o que reside além, o que está na fantasia – e que significa simplesmente mais, não mais da mesma coisa, mas mais –, o que reside lá fora não é apenas um humano ajeitadinho, um humano que não envelhece nem um humano que não fica doente nunca. Não. O que reside lá fora é o Vocês além da condição humana. Vocês ainda serão humanos. É o “e”. Mas o que reside fora é um lugar onde vocês não precisam pensar. Onde vocês não têm mais que pensar.

Agora, algumas pessoas ficariam muito assustadas com isso. Mas vocês chegam aqui fora na fantasia e percebem que não precisam pensar, planejar, nem trabalhar duro, se esforçar e usar de poder.

Aqui fora simplesmente é. Não há batalhas. Não há lutas. Não há enigmas. Não há segredos. Não há a complexidade da mente.

Fora, nesse além, nesse lugar de fantasia, vocês percebem que não há esse negócio de fazer coisas certas ou erradas. Existe a experiência, é claro. Mas não há esse negócio de fazer o certo ou o errado.

Aqui fora, não há corpo com o qual se preocupar, nenhum corpo físico com o qual se preocupar.

Aqui fora, é tudo tão criativo, tão brilhantemente criativo que seja o que for que venha do seu coração assim será. Isso é criatividade – consciência brilhando na tela do bon, atraindo todas as energias pra que vocês possam vivenciar o seu Eu.

Vocês não vão chegar lá através do pensamento, nem identificando grandes segredos ou mistérios nem nada disso. Trata-se apenas da fantasia.

Vocês vão ser desafiados pelos pensamentos: “Bem, será que estou inventando isso? Será que isso é só uma diversão ou distração? Será que isso vai realmente fazer alguma coisa acontecer?”

Só depende de vocês. Meu trabalho é apenas mostrar essa porta, mostrar que há todo um outro mundo, uma outra consciência, uma outra forma de ser. E tudo que têm que fazer é deixar-se vivenciar isso. A fantasia.

O humano vai dizer: “Bem, o que isso significa? Como eu faço isso?” Shh! É fantasia.

[Pausa]

Precisei passar um tempinho considerando qual seria a melhor palavra, o que seria essa porta. Então, eu senti todos vocês e senti os Shaumbra pelo mundo afora e meio que foi uma palavra universal; uma palavra que faz vocês sorrirem, uma palavra que, de certa forma, evoca muitas memórias da infância. Ah! Algumas das maiores fantasias que vocês tiveram quando crianças, e que eram reais.

Acho que se pode dizer que as coisas estão meio que completando um ciclo. Uma fantasia da infância, a abertura – quando crianças, vocês não pensavam em tudo, vocês não se angustiavam com tudo; vocês, simplesmente, tinham experiências –, e nós meio que estamos voltando, mas de uma forma diferente.

Então, chegamos a um ponto aqui, por assim dizer. Vocês estão dispostos a dar permissão a si mesmos pra estar num mundo de fantasia? Não significa se livrar do velho mundo. Vocês ainda vão ter suas coisas humanas, mas vocês se dão permissão? Ah! Alguns estão pensando muito no momento.

Vocês vão se dar permissão pra estar também do lado de fora do zoológico, estar também na fantasia?

Vocês dizem: “Bem, o que isso vai fazer? O que isso vai fazer com os meus pensamentos? O que os outros vão pensar de mim? Isso afetará minha saúde? Será que vou ficar preso lá fora? Será que vou adorar tanto essa fantasia que não vou voltar? Será que ficarei delirando? Será que vou despencar do precipício nas minhas pequenas fantasias?”

Meus amigos, a alternativa é voltar pro zoológico. Vão fechar os portões e vocês vão entrar na sua jaulinha – naquela jaulinha fétida –, recebendo os restos de comida que atiram pra vocês todos os dias, com a porta trancada. Essa é a alternativa. Não acho que nenhum de vocês está pronto pra isso; do contrário, vocês não estariam aqui.

Fantasia é permitir, mas permitir estar fora dos limites desse humano limitado.

[Pausa]

Vocês se tornaram tão bons nesse jogo de viver no zoológico, tão bons nisso, que será um desafio agora entrar nessa fantasia. Será um desafio. O que fazer? Vocês vão tentar fazer ambas as coisas. Não de uma forma “e”, mas vão gostar de fantasiar de vez em quando e, depois, vão ser puxados de volta. O bonito da fantasia dos Shaumbra, dessa porta, é que, quando vocês realmente se permitirem vivenciar isso, vocês vão perceber o quanto é libertador.

Vocês perceberão como os verdadeiros psicóticos são aqueles que vivem no zoológico e nunca tentam escapar. Isso é algo psicótico.

Então, esta seria uma ótima hora, e lugar, se assim escolherem, pra se dar permissão pra estar na fantasia, bem como no mundo regular. Mas também ter essa fantasia além. E o bonito disso é que vocês não precisam fazer nada. Tudo vem até vocês.

Lembram-se do que falamos no mês passado? Tudo vem pra vocês.

Vocês não têm que ficar aqui se esforçando. Vem pra vocês.

Então, vocês estão prontos?

Vamos respirar bem fundo, bem fundo mesmo.

Respirem bem fundo. Oh!

Quero agradecer especialmente ao Pete por estar aqui. Ele diz que voltará para os Shouds. Não é preciso guardar uma cadeira pra ele; ele vai ficar flutuando. Um agradecimento muito especial a ele e ao trabalho que ele fará, ajudando, auxiliando, meio que estando por aí.

Um dos maiores desafios nessa coisa toda é essa gravidade, essa sucção que é criada e que os mantém do lado de dentro. Mas, mesmo assim, há o desejo de sair, e, então, vocês ficam presos no meio, sentindo como se fossem enlouquecer. Vocês não vão. Vocês não vão, não, com certeza.

Assim, vamos respirar bem fundo, Shaumbra. Sintam as energias do dia. Ufffa! E, com isso, vamos dizer as últimas palavras juntos. Como sempre...

ADAMUS E A PLATEIA: Tudo está bem em toda a criação.

ADAMUS: Obrigado. Obrigado. [Aplausos da plateia]

LINDA: Assim, com isso, eu gostaria de agradecer a todos por estarem aqui. E teremos um pouco de música pra celebrar nossa saída. Obrigada novamente a Geoff, canalizando Adamus Saint Germain. E, novamente, obrigada a todos vocês que estão acompanhando online [...]. Obrigada por estarem aqui, e vamos celebrar esta experiência com a música de ninguém mais do que Marty, o Caraca. Lá vamos nós.

[Marty toca sua música na guitarra.]



Tradução de Inês Fernandes – [email protected]